Senhor Jesus!
Quando chegaste à Terra, através dos panos da manjedoura,
aguardava-Te a Escritura como sendo a luz para os que jazem assentados nas
trevas!...
E, em verdade, Senhor, as sombras dominavam o mundo
inteiro...
Sombras no trabalho, em forma de escravidão...
Sombras na justiça, em forma de crueldade...
Sombras no templo, em forma de fanatismo...
Sombras na governança, em forma de tirania...
Sombras na mente do povo, em forma de ignorância e de miséria...
Pouco a pouco, no entanto, ao clarão de Tua infinita
bondade, quebraram-se as algemas da escravidão, transformou-se a crueldade em
apreciáveis direitos humanos, transmudou-se o fanatismo em fé raciocinada.
Converteu-se a tirania em administração e, gradualmente,
a ignorância e a miséria receberam o socorro da escola e da
solidariedade.
Entretanto, Senhor, ainda sobram trevas no amor, em forma
de egoísmo!
Egoísmo no lar...
Egoísmo no afeto...
Egoísmo na caridade...
Egoísmo no trabalho...
Egoísmo na devoção...
Mestre, dissipa o nevoeiro que nos obscurece ainda os
horizontes e ensina-nos a amar como nos amaste, sem buscar vaidosamente
naqueles que amamos o reflexo de nós mesmos,
Porque, somente sendo verdadeiramente irmãos uns dos
outros, é que atingiremos, com a pura fraternidade, a nossa ressurreição para
sempre.
Emmanuel – Chico Xavier
Livro: A Luz da Oração por Francisco Cândido Xavier
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