Senhor, faz
de mim um instrumento de tua paz.
* E que eu encontre primeiro, em mim,
a harmoniosa aceitação de meus opostos.
Onde houver
ódio, fazei que eu leve o amor.
* Aceitando o ódio que possa existir
em mim e compreendendo todas as faces com que o amor pode se expressar.
Onde houver
ofensa, que eu leve o perdão.
* E que eu me permita ofender para
poder ser perdoado.
Onde houver
discórdia, que eu leve a união.
* E que eu aceite a discórdia como
geradora da união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.
* Podendo, humildemente, encarar minhas próprias dúvidas.
Onde houver erros, que eu leve a verdade.
* E que a “minha verdade” não seja a única, nem os erros sejam só os alheios.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
* E possa, primeiro, conviver com o desânimo sem me desesperar.
Onde houver tristeza, que eu leve alegria.
* E possa suportar a tristeza, minha
e dos outros, sendo alegre ainda assim.
Onde houver
trevas, que eu leve a luz.
* Após ter passado pelas “minhas
trevas” e ter aprendido a caminhar com elas.
Oh, Divino Mestre...
Faz que eu
procure mais: consolar do que ser consolado.
* E que eu saiba pedir e aceitar
consolo quando precisar.
Compreender, que
ser compreendido.
* E me conhecer antes, para ter
melhor compreensão do outro.
Amar que ser
amado.
* Podendo me amar, em princípio, para
não cobrar o amor que dou.
Pois: é dando
que recebemos.
* E sabendo receber é que se ensina a
doar.
E perdoando
que se é perdoado.
*E não se perdoa a outro enquanto
não há perdão por si mesmo.
E é morrendo
que se nasce para a vida eterna.
* E é bem vivendo e amando a vida que
se perde o medo de morrer!
Jules
Massenet – « Méditation de Thaïs »