terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A ORAÇÃO DE JESUS

Coração sagrado do Senhor Jesus
Na véspera da partida do Senhor, para Jerusalém, o culto do Evangelho, na residência de Pedro, revestiu-se de justificável melancolia.
Intraduzível expectativa pairava no semblante de todos.  O Mestre, por si, absteve-se de qualquer comentário, mas, ao término da reunião, levantou os olhos lúcidos para o Céu e suplicou fervorosamente:
— Pai, acende a Tua Divina Luz em torno de todos aqueles queTe olvidaram a bênção, nas sombras da caminhada terrestre.
Ampara os que se esqueceram de repartir o pão que lhes sobra na mesa farta.
Ajuda aos que não se envergonham de ostentar felicidade, ao lado da miséria e do infortúnio.
Socorre os que se não lembram de agradecer aos benfeitores.
Compadece-te daqueles que dormiram nos pesadelos do vício, transmitindo herança dolorosa aos que iniciam a jornada humana.
Levanta os que olvidaram a obrigação de serviço ao próximo.
Apieda-te do sábio que ocultou a inteligência entre as quatro paredes do paraíso doméstico.
Desperta os que sonham com o domínio do mundo, desconhecendo que a existência na carne é simples minuto entre o berço e o túmulo, à frente da Eternidade.
Corrige os que espalharam a tristeza e o pessimismo entre os semelhantes.
Ergue os que caíram vencidos pelo excesso de conforto material.
Perdoa aos que recusaram a oportunidade de pacificação e marcham disseminando a revolta e a indisciplina.
Intervém a favor de todos os que se acreditam detentores de fantasioso poder e supõem loucamente absorver-te o juízo, condenando os próprios irmãos.
Acorda as almas distraídas que envenenam o caminho dos outros com a agressão espiritual dos gestos intempestivos.
Estende paternas mãos a todos os que olvidaram a sentença de morte renovadora da vida que a tua lei lhes gravou no corpo precário.
Esclarece os que se perderam nas trevas do ódio e da vingança, da ambição transviada e da impiedade fria, que se acreditam poderosos e livres, quando não passam de escravos, dignos de compaixão, diante de teus sublimes desígnios.
Eles todos, Pai, são delinquentes que escapam aos tribunais da Terra, mas estão assinalados por Tua Justiça Soberana e Perfeita, por delitos de esquecimento, perante o Infinito Bem…
A essa altura, interrompeu-se a rogativa singular. Quase todos os presentes, inclusive o próprio
 Mestre, mostravam lágrimas nos olhos.
No alto, a Lua radiosa, em plenilúnio divino, fazendo incidir seus raios sobre a modesta vivenda de Simão, parecia clamar sem palavras que muitos homens poderiam viver esquecidos do Supremo.

Entretanto, o Pai de Infinita Bondade e de Perfeita Justiça, amoroso e reto, continuaria velando por todos…


Texto extraído de: seara.espirita@uol.com.br

domingo, 23 de fevereiro de 2014

A PONTE


Toda corrente de água desliza entre duas margens. Margens que detêm e ordenam.
Que impedem de invadir os campos. Que lhe traçam um caminho.
Duas margens que permitem essa água formar um todo e realizar sua tarefa:
Regar as planícies através das quais desliza.
E as margens ficam distantes uma da outra...
Elas, porém, podem unir-se. Aproximar-se. Fundir-se quase, quando sobre as águas se estende uma ponte.
Olhando ao longe sente-se a tarefa imensa e ao mesmo tempo agradável, executada pela ponte.
Como um abraço amigo aproxima duas separações.
Como um diálogo silencioso faz conversarem duas solidões.
Como a mão estendida fraterniza dois estranhos.
Se a ponte pudesse sentir, poderíamos, sem medo, qualificá-la de feliz.
Feliz por ser capaz de tornar o outro feliz.
E nunca se colhe maior felicidade do que quando se semeia felicidade.
A ponte tem, para cada um de nós, um profundo e significativo simbolismo.
É a lição perene, silenciosa e rica, no dia-a-dia de sua missão:
De ligar e aproximar. De cortar distâncias. De eliminar os abismos.
Diante de uma ponte nos ocorre reflexões que alguém escreveu:
Em êxtase contemplativo  olho a ponte, admiro a ponte, escuto a linguagem da ponte...
Sou forte, terrivelmente forte. Resisto a todos e permaneço sempre estática, mas perseverante em meu posto de serviço.
O segredo de minha força?
De minha perseverança?
De minha grandeza?
Nasci para unir.
Vivo para unir.
Sirvo para unir.
Como gostaria de ser ponte também!
Para unir a terra aos céus!
Para unir os desunidos.
Para unir os desencontrados.
Para unir os corações.

Texto de: Hugo Di Baggio

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

"FILHO DE DEUS, PERDOA-TE"


A palavra evangélica adverte que deve ser indulgente para as faltas alheias e severo em relação às próprias.
Somente com uma atitude vigilante e austera no dia a dia o homem consegue a auto realização.
Compreendendo que a existência humana é uma experiência de iluminação, é muito natural que diversas aprendizagens ocorram através de insucessos que se transformam em êxitos, após repetidas, face aos processos que engendram.
A tolerância , desse modo, para com as faltas alheias, não pode ser descartada no clima de convivência humana e social.
Sem que te acomodes a própria fraqueza usa também de indulgencia para contigo.
Não fiques remoendo o acontecimento no qual malograste, nem vitalizes o erro através de sua incessante recordação.
Descobrindo-se em gravame, reconsidera a situação, examinando com serenidade o que aconteceu, e regula a ocorrência.
És discípulo da vida em constante crescimento.
Cada degrau conquistado se torna patamar para novo logro.
Se te contentas estacionado, perdes oportunidades excelentes de libertação.
Se te deprimes e te amarguras porque erraste. Igualmente atrasas a marcha.
Aceitando os teus limites e perdoando-te os erros, mais facilmente treinarás o perdão em relação aos demais.
Quando acertes, avança, eliminando receios.
Quando erres, perdoa-te e arrebenta as algemas com a retaguarda, prosseguindo.
O homem que ama, a si mesmo se ama, tolerando-se e estimulando-se a novos e constantes cometimentos, cada vez mais amplos e audaciosos no bem.


PELO ESPÍRITO DE JOANNA DE ÂNGELIS 
PSICOGRAFIA DE DIVALDO FRANCO

sábado, 8 de fevereiro de 2014

"EU OUVI DEUS"


Levantei chateado já pensando nos inúmeros problemas que tinha para resolver naquele dia, um gosto amargo na boca, dores pelo corpo e uma angústia esquisita me invadia a alma e dizia que eu não havia dormido bem.
Eu parecia uma barata tonta, não tinha idéia de por onde começar...
Quando sai para a rua fui surpreendido por um dia maravilhoso, um sol gostoso iluminava um céu azul quase sem nuvens, e eu tive a impressão de que Deus queria falar comigo.
Continuei caminhando e nas árvores da praça perto de casa, dezenas de passarinhos cantavam alegres e disputavam alimentos com uma barulheira festiva, e senti que Deus queria falar comigo.
Olhei para as flores daquele Jardim e me lembrei de Jesus falando aos antigos:
“Olhai os lírios no campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam; e digo-vos que nem ainda Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles." E mais uma vez senti que Deus queria falar comigo.
Angustiado com meus problemas que pareciam ser os mesmos sempre, parecia que eu nunca iria sair daquele círculo de aflições, quando percebi que minhas pernas estavam me levando por todos os lugares que eu queria, mesmo sem eu ordenar nada...
Que meus braços eram fortes e eu poderia utilizar essa força para o trabalho, e que meu cérebro possuía ainda um raciocínio muito rápido, e mais uma vez percebi que Deus queria falar comigo.
Mais a frente, vi um menino de no máximo 3 anos, com os bracinhos esticados e nas pontas dos pés pulando para alcançar uma maçã no alto de uma árvore.
Mesmo com todo o seu esforço, empenho e alegria, eu percebi que ele nunca iria conseguir alcançar aquela maçã... ... e nesse momento eu ouvi Deus me falar que nós somos iguais aquela criança, na maioria dos nossos dias, colocamos nossa felicidade, nossos melhores sonhos, em lugares tão altos como aquela maçã estava para o menino...
Perseguimos frutos que não estão ao nosso alcance, e desprezamos o belo, as coisas boas que a vida nos oferece e nem damos a devida atenção.
Percebi então, quanto tempo eu estava perdendo amando quem não me amava, trabalhando onde não me sentia feliz, fazendo coisas somente para agradar quem nunca mereceu...
Desejando coisas que eu nem sabia se me fariam felizes, buscando um Deus da guerra para vencer meus inimigos, quando Deus é só amor.
Então compreendi que a felicidade está onde nós estamos, onde está o nosso coração... e nesse dia
Eu ouvi Deus.


Texto de:Paulo Roberto Gaefke