O maior de todos os
conquistadores, na face da Terra, conhecia, de antemão, as dificuldades do
campo em que lhe cabia operar.
Estava certo de que entre as
criaturas humanas não encontraria lugar para nascer, à vista do egoísmo que
lhes trancava os corações; no entanto, buscou-as, espontâneo, asilando-se no
casebre dos animais.
Sabia que os doutores da Lei
o ouviriam indiferentes, com respeito aos ensinamentos da vida eterna
de que se fazia portador; contudo, entregou-lhes, confiante, a Divina Palavra.
Não desconhecia que contava
simplesmente com homens frágeis e iletrados para a divulgação dos princípios
redentores que lhe vibravam na plataforma sublime, abraçou-os, porem, tais
quais eram.
Reconhecia que as tribunas da
glória cultural de seu tempo se lhe mantinham cerradas, mas transmitiu as boas
novas do Reino da Luz à multidão dos necessitados, inscrevendo-as na alma do
povo.
Não ignorava que o mal lhe
agrediria as mãos generosas pelo bem que espalhava; entretanto, não
deixou de suportar a ingratidão e a crueldade, com brandura e entendimento.
Permanecia convicto de que as
noções de verdade e amor que veiculava levantariam contra ele as matilhas da
perseguição e do ódio; todavia, não desertou do apostolado, aceitando, sem
queixa, o suplício da cruz com que lhe sufocavam a voz.
É por isso que o Natal não é
apenas a promessa da fraternidade e da paz que se renova alegremente, entre os
homens, mas, acima de tudo, é a reiterada mensagem do Cristo que nos induz a
servir sempre, compreendendo que o mundo pode mostrar deficiências e
imperfeições, trevas e chagas, mas que é nosso dever amá-lo e ajuda-lo mesmo
assim.
Livro: Antologia Mediúnica do
Natal – Emmanuel – Chico Xavier
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