Richard Simonetti do livro "Para Rir e Refletir"
Oito e dez anos, dois irmãos "do barulho".
Invariavelmente, qualquer confusão na pequena cidade envolvia
os pirralhos.
A mãe, preocupada com o futuro dos encapetados rebentos, pediu
ajuda ao pároco.
O sacerdote, um homenzarrão de quase dois metros, forte e
decidido, recomendou que os levassem à igreja, separadamente. Primeiro o
mais novo!
Fê-lo sentar-se na sacristia, sozinho, diante dele.
Tratou logo de intimidá-lo, trovejando: Onde está
Deus, menino?!
Encolhido na cadeira, o garoto contemplava pasmo, olhos
esbugalhados, boca escancarada, mãos trêmulas, aquela montanha humana que
rugia: Onde está Deus?!
Ante seu mutismo, o padre ergueu ainda mais a voz e, dedo
em riste, bradou, tonitruante:
Onde está Deus?!
Pondo-se a gritar, apavorado, o moleque fugiu em
desabalada carreira direto para casa.
Escondeu-se no armário, em seu quarto.
O irmão mais velho o encontrou. Vendo-o pálido e
agitado, perguntou o que acontecera.
O pobre, tentando recuperar o fôlego, gaguejou:
Cara! desta vez estamos mesmo encrencados!
Deus sumiu!
O padre está dizendo que é arte nossa!
Essa história evoca um problema atual:
O sumiço de Deus. Sabemos que é impossível.
Cérebro criador, consciência cósmica do Universo, o
Criador está sempre presente, aqui, além, acolá, dentro de nós mesmos...
O que anda sumida é a percepção da imanência divina, que
tudo sabe, tudo pode, tudo vê; que exercita infalível justiça, premiando os
bons e corrigindo os maus.
As pessoas não duvidam de sua existência, mas pensam e
agem como se o Todo-Poderoso estivesse de férias.
Crimes, roubos, vícios, mentiras, maldades, grandes e
pequenos deslizes, em relação às leis
divinas, são cometidos, incessantemente,
sem que os autores se dêem conta de que estão sendo observados.
Daí a força do mal no mundo, embora sob controle do
Supremo Bem.
Haverá substanciais mudanças no comportamento humano quando
esse "sumiço" for resolvido.
Podemos fazer um teste em relação ao assunto.
Sugiro, leitor amigo, que, durante todo um dia, desenvolva
suas atividades atento à presença divina.
Como agirá, considerando que Deus tudo vê, ante
impulsos assim:
Pronunciar palavrões. Alimentar devaneio lascivo.
Buscar aventura extraconjugal. Mentir por conveniência.
Cultivar indolência. Revidar ofensas.
Pronunciar crítica ferina. Disseminar fofocas.
Satisfazer vícios.
Não se trata apenas de atentar ao juiz que julga nossas
ações.
Há algo mais importante, em nosso beneficio, quando
nos conscientizamos da celeste presença.
TEMOS EM DEUS:
Alento nas dificuldades. Apoio nas lutas. Consolo
nas dores. Remédio para os males.
Solução dos problemas. Convite ao Bem.
Trazendo o Senhor para o nosso cotidiano, seremos mais
comedidos, mais disciplinados, mais fortes, mais inspirados, mais
felizes e confiantes.
Portanto, amigo leitor, uma sugestão: Evitemos o sumiço de Deus.Extraído do site: Gotas de Crystal
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