segunda-feira, 22 de julho de 2013

COMO DEVEMOS TRATAR NOSSOS ENTES QUERIDOS

Mãe e Filho (detalhe do quadro As Três Idades da Mulher), c.1905 Arte por Gustav Klimt
Referimo-nos aos entes amados como sendo tesouros do coração. Existem, por bênçãos de Deus que nos enriquece de tranquilidade e reconforto.
São eles pais ou filhos, irmãos, amigos ou companheiros, que compartilham a nossa alegria de viver com o doce magnetismo da afinidade.
Para eles voam os nossos melhores pensamentos de carinho e previdência, tolerância e compreensão. 
As vezes, supomos encontrar neles as mais nobres criaturas da Terra e, no afã de que haja confiança e ternura, proclamamos o intento de subtraí-los às dificuldades educativas do mundo, sob o pretexto de livrá-los de sofrimento e tentação. Decerto, semelhante gesto é atenciosamente seguido na Vida Maior pelos instrutores devotados que nos patrocinam a inspiração e a segurança.
A preocupação de prover as necessidades daqueles que estimamos não é tão somente legítima, é indispensável. 
E tudo o que pudermos ofertar-lhes em abnegação redundará em sementeira de luz e amor a florescer, um dia, em amparo e felicidade para nós mesmos.
Habitualmente, contudo, um problema aparece no trato afetivo a que nos consagramos: trancamos nosso afeto, em torno das pessoas que a vida nos confiou à dedicação e eis que elas, aos poucos, transformam-se em prisioneiras de nossas exigências, sem que venhamos a perceber.
Quando isso acontece, passamos instintivamente a entravar-lhes o passo e a influenciar-lhes, em demasia, o modo de ser. Daí nascem dificuldades e conflitos que é imprescindível saber evitar.
Cada um de nós traz consigo realizações inacabadas, objetivos por atingir, tarefas ou débitos diferentes que, na maioria das vezes, não nos permitem a comunhão imediata uns com os outros.
Em vista disso, já que desejamos tanto a felicidade das criaturas que nos são extremamente queridas, saibamos respeitar-lhes a independência e o dom do livre arbítrio que a Lei Divina a todos conferiu.
Auxiliemos nosso entes amados a serem eles próprios, com as faculdades que lhes singularizam a alma. Devotemo-nos à construção da felicidade deles, com os maiores sentimentos do coração, mesmo porque as Revelações Divinas nos conclamam incessantemente a amar-nos com entendimento recíproco, mas peçamos a Deus nos ajude a reconhecer-lhes a liberdade, a fim de que escolham os caminhos e experiências que lhes pareçam mais justos para a jornada de progresso e elevação, sem que haja cativeiro na vida, nem para eles nem para  nós.



Livro Encontro Marcado - Emmanuel, Francisco Cândido Xavier

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